LANCHE SAUDÁVEL

 

     Um dos pontos mais polêmicos na alimentação da criança é o lanche da tarde, que geralmente é consumido na escola. Algumas escolas oferecem o lanche em cardápios fixos, o que torna pouco flexível a escolha. Outras, porém, solicitam que os pais enviem o lanche. O que levar? Como montar um lanche saudável? Como diversificar os alimentos para que o lanche não se torne monótono? Bom, em primeiro lugar, devemos ficar atentos para evitar alimentos com excesso de gordura, excesso de carboidrato e excesso de sal, justamente os principais ingredientes da maioria dos produtos industrializados. Deve-se atentar também para o recipiente onde esses alimentos serão armazenados, preferencialmente bolsas ou lancheiras térmicas, com divisão para os alimentos, evitando-se, assim, que os alimentos estraguem. Outro ponto importante é o acondicionamento correto dos alimentos, evitando transmissão de odores e sabores entre os alimentos. 

Segundo orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, o lanche deve ser composto de: um líquido, uma fruta, um tipo de carboidrato e um tipo de proteína.      Vamos então explicar melhor cada componente proposto ao lanche.

1) Líquido: suco, chá, água de côco. No mercado há uma série de sucos envasados em caixas longa vida. Há os sucos integrais, os néctares, os sucos concentrados e o refresco. Nesta ordem, a concentração de suco é cada vez menor e a concentração de açúcar cada vez maior. Ou seja, leiam bem os rótulos e privilegiem sucos realmente integrais. Com relação aos chás, devemos evitar chás industrializados pois estes têm uma quantidade muito grande de sódio. Se a criança preferir chá, o melhor é prepará-lo em casa.

2) Fruta: nosso país possui uma diversidade climática enorme, de modo que conseguimos ter acesso a praticamente todas as frutas, quase o ano inteiro. Portanto, não há desculpas para não mandar uma fruta que seja do gosto da criança todos os dias. Uma alternativa à fruta são porções de cenourinhas, milho, tomate cereja. 

3) Carboidrato: Pães, bolos caseiros, biscoitos, bolachas sem recheio. Os carboidratos são apenas parte do lanche, por isso tenham cuidado com a quantidade. Bolinhos industrializados são ricos em gordura e sal, e não devem ser oferecidos rotineiramente à criança.

4) Proteína: Privilegiem proteínas lácteas como requeijões e queijos (podem ser consumidos como recheio de pães). Podemos oferecer iogurtes também, preferencialmente iogurtes naturais. Caso ofereçam iogurtes líquidos em garrafinhas, o façam em substituição aos líquidos descritos no item 1. Lembrem-se que leites fermentados possuem baixo valor nutricional e não devem ser oferecidos como fonte proteica, assim como compostos lácteos, que são deliciosos mas possuem muito conservante e corante. Lembrem-se também que petit suisse não são iogurtes, são queijos que possuem muito açúcar e corantes, e pouca proteína. Embutidos (presuntos, peito de frango, mortadela) possuem enorme quantidade de sódio e  não devem ser consumidos diariamente. 

     Bom, a partir dessas orientações, já temos subsídios para preparar o lanche da maneira mais completa possível. É preciso deixar a preguiça de lado e pensar na saúde de nossos filhos. O lanche saudável dá muito mais trabalho do que o lanche não saudável. Frutas frescas precisam ser compradas pelo menos 2 vezes por semana. Muito mais fácil encher a dispensa de bolinhos e bolachas, que duram meses. Além disso, a pressão comercial é enorme, ninguém faz propaganda de fruta…mas as crianças são alvejadas por propagandas de doces, bolos, sucos artificiais. É preciso perseverança, é preciso comprar esta briga com as escolas que fornecem lanches sem nenhum critério, é preciso lutar contra as cantinas que só vendem frituras e refrigerantes. Mãos à obra.