Colírio no olho do Recém Nascido
- Doing 4 You

- 12 de set. de 2023
- 2 min de leitura

A oftalmia neonatal, ou conjuntivite neonatal, é uma inflamação da
conjuntiva do bebê, no primeiro mês de vida.
A Conjuntiva é uma membrana mucosa, fina e transparente que recobre a
parte branca do olho (esclera) e também as pálpebras, internamente. Sua
função é proteger a superfície ocular de agentes externos e manter a
lubrificação ocular, uma vez que o muco produzido pela conjuntiva ajuda a
evitar o ressecamento do olho.
Os principais sinais e sintomas da oftalmia neonatal são o
aparecimento de secreção ocular em grande quantidade, edema das
pálpebras e hiperemia (vermelhidão) das conjuntivas.
O grande receio, com relação à oftalmia neonatal, é quando ela é
causada por duas bactérias: a Clamídia (Chamydia trachomatis) e o
Gonococo (Neisseria gonorrhoeae). Ambas podem causar infeção ocular
com alta gravidade, podendo causar perfuração ocular, cicatrizes
definitivas e cegueira. São bactérias que podem colonizar o trato genital
feminino, sem causar infecção à mãe, mas podem ser transmitidas ao bebê
durante o trabalho de parto e parto.
Os sintomas podem aparecer nos primeiros dias após o nascimento,
mas também podem ocorrer tardiamente, após algumas semanas de vida.
Apesar da incidência da oftalmia ser baixa, a preocupação em
preveni-la se deve pela gravidade da infecção, e alto índice de
complicações.
A prevenção é feita através da administração de colírio de nitrato de
prata a 1% (método Credê), colírio de Povidona ou colírio/pomada de
antibióticos (eritromicina, tetraciclina). A decisão de qual substância usar
deve ser tomada pelo hospital aonde o bebê irá nascer, baseada em rotinas
próprias do serviço e dados epidemiológicos locais.
Curiosidade: O método Credê (administração de nitrato de prata a 1% nos olhos dos
recém nascidos) foi desenvolvido em 1881 pelo médico Carls Sigmung Franz Credé, e reduziu drasticamente a incidência de oftalmia neonatal. No Brasil, há uma lei federal de 1977, instituindo o Método Credê, em todas as maternidades do país.
Discute-se muito hoje em dia sobre coleta de swabs vaginais para
verificar a colonização da mulher com as bactérias causadoras da oftalmia.
Em tese, se a mulher não estiver colonizada, o bebê não teria risco de
desenvolver oftalmia, e, portanto, a profilaxia seria dispensável. Entretanto,
a colonização vaginal com essas bactérias pode mudar com o passar do
tempo. Então, um exame negativo colhido hoje, não significa que a mulher
não estará colonizada semana que vem. É por esse motivo que, no Brasil,
ainda recomenda-se a profilaxia de maneira universal, ou seja, para todos
os recém nascidos.









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